sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A construção do corpo perfeito compensa a destruição do psicológico?


Parece que alguns professores de Educação Física têm optado por abordar seus alunos usando aquilo que chamamos de controle aversivo do comportamento (Skinner, 1953; 1957; 1971; 1974; Catania, 1999; Baum, 2006; Moreira & Medeiros, 2007; etc), aconselhando que não se motive alunos com frases de impacto que realmente o motivem, como no cerne do conceito de motivação. Ao contrário, propõem: “Você é fraco!”, “você está gordo” e “sua genética é um lixo” são algumas das verbalizações que seriam emitidas para um desempenho melhor e um “bom treino” realizado.
Agora vamos lá: O que Skinner diria sobre isso? “Eu não sei, mas ele não era um bodybuilder.” É claro que não, Skinner era um BRAINbuilder, se ele era alguma coisa além do que o melhor Analista do Comportamento que já existiu. Vou tentar apontar algumas razões pelas quais esse tipo de abordagem NÃO DARIA CERTO com alguns tipos de pessoas.
1)    Como dito: é controle aversivo. Além do nome dispensar explicações, ele tem alguns efeitos colaterais. Entre eles o de gerar respostas emocionais muito pouco agradáveis para quem vive sob contingências aversivas.
2)    Segundo, sendo controle aversivo, o indivíduo que está sob essas contingências vive à mercê das consequências de seu comportamento. Essas consequências podem instalar e manter determinados tipos de comportamento que podem ser o contrário do esperado. Um exemplo? Em vez de esse aluno tentar provar ao seu “personal trainer” que ele é diferente do que essas verbalizações exprimem, pode simplesmente parar de treinar, na melhor das hipóteses. Numa das piores (são tantas! Acreditem!), o treinador instalaria, no aluno, regras como “eu sou um bosta, jamais vou conseguir qualquer tipo de realização que almejo” (torcemos para que isso não se generalize para outros aspectos da vida e fique só no ambiente da academia!), “eu sou fraco”, “eu sou gordo e jamais deixarei de ser”, “do que adianta tentar se nem meu treinador acredita no meu potencial?”, etc. Vamos torcer também para que aluno não entre no que chamamos de desamparo aprendido (Skinner, 1990; Catania, 1999).
3)    Abordando agora uma hipótese não tão agradável para o próprio treinador: o aluno pode ser bem diferente do que ele imagina, se sentir ofendido e, ao invés de recuar e se fechar no seu “mundinho” ou treinar mais pesado para provar ao treinador que ele é “diferente”, pode dar uma investida e tomar medidas legais contra o profissional que o abordou desse modo (não conheço o suficiente, mas poderia ter denúncia no Conselho Regional?)

Enfim, como eu disse: esse tipo de abordagem pode dar certo para ALGUNS alunos, lembremos sempre: cada ser humano é um e único. Defender uma abordagem aversiva dessas para TODOS é simplesmente contraproducente. Eu mesmo, enquanto um aluno que frequenta academia e que é obeso e que sim, acredita que pode emagrecer e atingir objetivos, me sentiria extremamente coagido e “motivado” ao extremo, mas para PARAR de treinar.
Levando em consideração essa unicidade inerente a cada ser humano: será que não seria melhor entender qual a demanda e necessidade do aluno para que, com ele, a melhor forma de treino fosse optada? É claro que não estou querendo me meter numa área que não é a minha, mas deixo a pergunta: será que vale a pena construir um corpo perfeito e destruir um psicológico de modo que possa chegar ao irreversível? É para se refletir, no mínimo.

REFERÊNCIAS

Baum, W. M. (2006) Compreender o Behaviorismo. 2 ed. Porto Alegre: Artmed.
Catania, A. C. (1999) Aprendizagem: Comportamento, Linguagem e Cognição. 4 ed. Porto Alegre: Artmed.
Moreira, M. B.; Medeiros, C. A. (2007) Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed.
Skinner, B. F. (1953) Science and Human Behavior. New York: Free Press.
Skinner, B. F. (1957) Verbal Behavior. Cambridge: Copley Publishing Group.
Skinner, B. F. (1971) Beyond Freedom and Dignity. New York: Hackett Publishing Company.
Skinner, B. F. (1974) About Behaviorism. New York: Vintage Books.
Skinner, B. F. (1990) Questões Recentes na Análise Comportamental. São Paulo: Papirus Editora.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Artigo no Comporte-se

Como eu já postei aqui no blog, sou colunista do site Comporte-se: psicologia científica. No último dia 28, saiu meu primeiro artigo no site, intitulado "A Causalidade do Comportamento Verbal desde as Operações Estabelecedoras até o Comportamento Não Verbal: Breves Comentários", e caso haja interesse, você pode ler no link abaixo:

http://www.comportese.com/2013/10/a-causalidade-do-comportamento-verbal.html

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Resenha crítica de The Behavior Of Organisms

Eu tive mais uma resenha crítica publicada no site (EN)Cena. Dessa vez, referente ao primeiro livro do Skinner, The Behavior Of Organisms, de 1938.
Quem quiser ler a resenha, é só acessar este link.


domingo, 13 de outubro de 2013

ACBr: Representante Estudantil

Como vocês sabem, a Associação Brasileira de Análise do Comportamento (ACBr) está fundada. Agora, eles estão à procura da primeira equipe gestora da Associação. Essa equipe será formada através de votação por parte dos inscritos. Para quem quer saber mais como funcionará o processo, aconselho a ler o Estatuto, fazendo download do mesmo na versão com ou sem quadros explicativos neste link
Enfim, essa postagem se destina a comunicar que o meu nome está na lista dos nomes que podem ser indicados como possíveis representantes estudantis (aqueles associados que comprovaram matrícula em graduação ou pós-graduação). Cada um de nós poderá indicar 4 nomes. Eu gostaria de pedir que os inscritos indicassem meu nome como uma das possibilidades. Mas não peço em vão. Peço porque sempre lutei por aquilo que amo, a Análise do Comportamento e o Behaviorismo Radical. Também sempre defendi sua aplicabilidade, sua filosofia e sua prática enquanto ciência, tanto dentro (principalmente) como fora do ambiente da academia, buscando sempre disseminar e dar mais força a essa ciência do comportamento.
Sou acadêmico do curso de Psicologia no Centro Universitário Cesumar (UniCesumar – Maringá – PR) e pós-graduando em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Análise do Comportamento pelo Núcleo de Educação Continuada do Paraná (NECPAR – Maringá – PR). Ocupo, há dois anos, o cargo de Monitor Teórico da disciplina de Psicologia Experimental e também sou auxiliar bioterista no Laboratório de Psicologia Experimental da instituição, pesando e marcando as caudas dos nossos queridos ratos albinos (com caneta de ponta macia, obviamente! Nenhum deles sofre qualquer tipo de sofrimento desnecessário!). 
As principais áreas que tenho interesse são Comportamento Verbal (a qual dedico horas e mais horas de estudo semanal), Psicoterapia Analítica Funcional, Psicologia Forense, Agências Controladoras do Comportamento e os Efeitos Colaterais do Controle Aversivo, se for pra nomear algumas. 
No dia 23 de setembro, recebi um e-mail apontando que meu artigo intitulado "A causalidade do comportamento verbal desde as operações estabelecedoras até o comportamento não verbal: breves comentários" foi aprovado e fui selecionado como um dos novos colunistas do site Comporte-se: Psicologia Científica, onde buscarei defender e disseminar o poder da Análise do Comportamento por mais uma via.
Meu trabalho de iniciação científica foi sobre agências controladoras do comportamento e teve como título "Agências Controladoras do Comportamento e Liberdade: Como a relação entre ambos repercute no comportamento sexual do homem contemporâneo", escrito em parceria com uma amiga, hoje já graduada e com orientador doutorando e co-orientadora mestre (ambos trabalham com a abordagem comportamental).
Além de ter algumas resenhas críticas de livros do Skinner (O Comportamento Verbal; Ciência e Comportamento Humano; e The Behavior Of Organisms) publicadas no site (EN)Cena, já apresentei alguns trabalhos em congressos com caráter tanto regional como nacional, sempre disseminando e apontando a força que a Análise do Comportamento já tem e que vem ganhando conforme o passar do tempo. Dentre os trabalhos mais bacanas que apresentei estão "Comportamento Verbal: Uma introdução para estudantes de Psicologia e Behavioristas Iniciantes" apresentado na JAC da Universidade Estadual de Londrina (UEL); o trabalho intitulado "Alguns mecanismos de defesa freudianos sob o olhar do Behaviorismo Radical de Skinner" apresentado no I Encontro Sul Brasileiro e VII Encontro Paranaense de Análise do Comportamento ocorrido em Curitiba na Universidade Positivo; além do trabalho que apresentei na própria UniCesumar, no III Encontro Regional de Psicologia, intitulado "As implicações do comportamento verbal no contexto clínico analítico-comportamental", que teve sua origem em outra pesquisa, intitulada "A Influência do Comportamento Verbal na Relação Terapêutica da FAP", que está para ser concluída. Também estou com outros projetos que apontam a aplicabilidade e defendem a filosofia da Análise do Comportamento.
Creio que a possibilidade de ser indicado como o Representante Estudantil da ACBr já é um grande passo na minha carreira enquanto estudante e futuro Analista do Comportamento, mas a efetivação do meu nome como ocupante do cargo me dará muito mais força e voz para mostrar para meus pares e superiores e aqueles que ingressam para o mundo do entendimento do comportamento humano por uma via empírica e científica, que a Análise do Comportamento não só NÃO está morrendo, como apontam alguns professores da chamada "psicologia geral", como está cada vez mais viva e forte (não só no Brasil, mas no mundo), fazendo-se honrar todo o trabalho e obra de B. F. Skinner e outros grandes nomes da área.

Creio que o que tenho para dizer é isso, pelo menos de início. E que, mais do que tudo, a força da Análise do Comportamento e da ACBr se estabeleça cada vez mais, dando espaço para todos aqueles que se identificam com essa ciência e sua filosofia, o Behaviorismo Radical, independentemente de formação ou área de atuação.

ps.: se quiserem acesso ao meu ainda pequeno, mas valorizado currículo lattes, clique aqui.

sábado, 17 de agosto de 2013

Martha Hübner: "Por que apoio a ACBr?"

Martha Hübner, eu seu Facebook, deu a seguinte explicação do porquê apoia a criação da Associação Brasileira de Análise do Comportamento. Segue abaixo:

Considerações iniciais:

1) Fui presidente da ABPMC por quatro anos (de 2008 a 2011) e membro das diretorias dos presidentes Rachel Kerbauy e Hélio Guilhardi. Portanto, sou inteiramente comprometida com a ABPMC; não apenas grata e associada (quites, inclusive), mas comprometida e defensora de seus avanços. Sendo assim, qualquer proposta que eu apoie, no âmbito da Análise do Comportamento, não será contra a ABPMC. Enquanto presidente, sempre fui coerente com seus objetivos e todos os representantes dos diversos behaviorismos foram sempre muito bem acolhidos.
2) Fui presidente também da SBP, por quatro anos, e continuo apoiando seus congressos e eventos, levando a Análise do Comportamento aos seus programas científicos e publicando em suas revistas. Enquanto presidente, coerentemente com seus objetivos, todas as propostas em Psicologia científica de qualidade, independentemente das abordagens teóricas, foram sempre aprovadas em seus programas científicos.
3) Sou sócia da SBPC e via a SBP e ABPMC (associações científicas afiliadas) apresento trabalhos e conferências, quando convidada, no propósito de disseminar a ciência da Análise do Comportamento.
Sendo assim:
- Razão 1 para a ACBR existir: vejo a ACBr como um fórum mais específico, que se somará à ABPMC no avanço e disseminação da Análise do Comportamento . Para não dividir a área (em termos de esforços financeiros e físicos, porque divisões teóricas, epistemológicas e conceituais já existem) e evitando aumentar os custos de respostas, que poderiam inviabilizar a defesa da ciência da Análise do Comportamento, a ACBr se propõe a realizar seus encontros exatamente junto aos da ABPMC, com programação paralela , exclusiva de Análise do Comportamento, Isto só não ocorrerá se houver recusa da própria ABPMC (o que parece inviável, dado que seu atual presidente já saudou a iniciativa e já abriu espaço para a ACBr no próximo congresso da ABPMC; o atendimento a esse positivo convite se viabilizará assim que a ACBr for oficialmente registrada). Nesse ponto, só a prática e o tempo confirmarão esse compromisso. E nesse momento, o que a comunidade de analistas do comportamento pode fazer é confiar em seus idealizadores e na comissão provisória que constrói os estatutos da ACBr e ajudar a manejar as contingências sociais para que essa prática cultural se mantenha coadunada com seus planos originais.
Razão 2 para a ACBR existir : Tenho tido experiências internacionais intensas em relação à Análise do Comportamento, tendo ensinado Análise do Comportamento na Jordânia, Espanha, Argentina, Portugal e representado internacionalmente a comunidade de analistas do comportamento não americana junto ao Conselho Executivo da ABAI (Association for Behavior Analysis International – ABAI ). Tal experiência tem me colocado em contato com o desenvolvimento da área na Europa, Ásia, África, América Latina e América do Norte, conhecimento esse que me permite, juntamente com outros líderes da área, como João Claudio Todorov, Roosevelt , Marcelo Benvenuti, Marcio Borges Moreira, facilmente prever que o ambiente da Análise do Comportamento está em franca mudança, que a Análise do Comportamento, coerentemente com o movimento científico mundial, se desenvolve rapidamente SEM FRONTEIRAS e que em menos de 30 anos os analistas do comportamento não serão apenas psicólogos e médicos, e a ANÁLISE DO COMPORTAMENTO se configurará, a longo prazo, possivelmente como uma outra disciplina, uma outra profissão. Sendo assim, precisamos nos antecipar e a ACBr é idealizada com vistas a esse futuro que já bate fortemente à nossa porta. A ACBr vem para defender a ciência da Análise do Comportamento de vários movimentos, dentre eles: o da “ambição” descontrolada que uma possível ampliação de alcance profissional poderá trazer, defendendo o risco da extinção da ciência da Análise do Comportamento , dando lugar para um tecnicismo desatrelado da epistemologia e dos pilares da ciência básica e aplicada. E é preciso ter coragem para dar o primeiro passo na direção de uma mudança ( como a ACBr), porque, como diz Todorov, esperar que todo o grupo concorde, pode levar ao imobilismo e à extinção, diante de um ambiente em franca mudança. E quando acordarmos, o Análise do Comportamento poderá ter desaparecido, ficando em seu lugar equívocos como “método ABA”, “zen-budismo”, “dialética”, “terapia tranpessoal” e outros assemelhados. 

Razão 3 para a ACBR existir : as representações de política científica , educacional, de saúde, etc, não têm sido o forte da ABPMC e a ACBr vem para cumprir 365 dias por ano esse papel de modo mais contundente e constante. Embora na minha gestão na ABPMC ( 2008 a 2011) eu tenha realizado ações nesse sentido (defendi, enquanto presidente da ABPMC, a Análise do Comportamento contra ataques dos psicanalistas; contra charlatanismos, contra equívocos no ENADE, na mídia, etc..), é raro ver a ABPMC se manifestar ao longo desses 22 anos. E é fácil entender porque: seus objetivos e práticas não estão nessa direção. E, além disso, é preciso estar alerta em 365 dias por ano e com um estatuto e com uma estrutura diretiva e consultiva que assim o permita. A ACBr se propõe a fazer este trabalho, 100% do tempo.

Razão 4 para a ACBR existir: as políticas governamentais de acompanhamento e avaliação da ensino superior de graduação na áreas que envolvem Psicologia, Administração, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, dentre outras em que a Análise do Comportamento possa ser ensinada via disciplinas como “Psicologia”ou “Aprendizagem”, por exemplo, está muito aquém do que foi na época em que a saudosa e estimada Carolina Bori liderava os sistemas de avaliação de ensino de graduação junto ao MEC e SESU. A avaliação do ensino de Análise do Comportamento na graduação está decadente, descuidada e os avaliadores sugeridos pelos órgãos avaliadores muitas vezes estão sem nenhum preparo para avaliar como a ciência da Análise do Comportamento vem sendo ensinada nos cursos de graduação. A ACBr vem para isso: para viabilizar ações políticas e técnicas que analisem e desenvolvam a melhoria da qualidade do ensino de Análise do Comportamento no Brasil na graduação, especialização e pós graduação. 

Razão 5 para a ACBR existir: desfazendo um equívoco: muitos estão pensando erroneamente que os idealizadores da ACBr estão preocupado com certificação e que a ACBr vem para isso. ERRADO. A preocupação com a necessidade de certificação existe e desde 2010 criei espaço na ABPMC para essa discussão, trazendo experiências de outras áreas ( como a Medicina) e de outros países ( Glenn veio expor sua análise sobre o que ocorre nos EUA ) . Além disso, Roosevelt vem estudando o assunto desde o início desse século. Sendo assim, é natural pensar que queremos uma associação só para isso, já que temos liderado a discussão no país sobre o assunto. ENGANO. Queremos discutir a questão e realizar esforços junto com a comunidade. No início desse ano, convidamos um grupo informal de lideranças na área para discutir o assunto - 16 de março- ( em que estavam J.C. Todorov, Martha Hübner, Roosevelt Starling – os três que convidaram para a reunião - Verônica Bender, Vera Otero, Roberto Banaco, Regina Wilenska, Maly Delitti; Deisy das graças de Souza, Hélio Guilhardi, Sonia Meyer, Celso Goyos, dentre outros, foram convidados mas não puderam comparecer ). Naquela reunião concordamos que a ABPMC coordenaria esse movimento e que Todorov nomearia uma comissão para iniciar os trabalhos de discussão e viabilização do tema; em Campinas, no início de maio, no congresso do ITCR e IAAC, promovido por Helio Guilhardi e Patrícia Piazzon, Vera Otero e eu reapresentamos o tema e os resumos dessa nossa discussão e a reação da audiência foi muito negativa: discordaram que fosse o momento de pensarmos nisso e discordaram que a ABPMC coordenasse o movimento. A ACBr poderá contribuir para a elaboração de critérios de certificação. O processo de concretização da certificação de analistas do comportamento no Brasil só está começando e se uma associação coordenará ou não todo o processo é um assunto que só poderá ser concluído com o maior número possível de membros da comunidade de Analistas do Comportamento no Brasil. Isso ainda não aconteceu e a ACBr não vem para acelerar ou atropelar esse processo.
Hoje apresento cinco razões para a ACBr existir. Se precisar, amanhã apresento ainda mais.
Um abraço a todos.
Martha Hübner

sábado, 10 de agosto de 2013

Breve resposta ao SUPOSTO "declínio" da Análise do Comportamento

Como, infelizmente, não foram todos que tiveram acesso à apresentação do meu trabalho no III Encontro Regional de Psicologia, deixo aqui as (poucas e mais óbvias) 5 razões que mostrei que evideciam que a Análise do Comportamento NÃO está em decadência como disse, em sua palestra, o Prof. Oswaldo H. Yamamoto, a quem tenho grande respeito, pelo simples reconhecimento de que Skinner é mal-compreendido e criticado erroneamente.

1) Alguns países que têm representantes e associações ligadas à ABAI (Association for Behavior Analysis International): Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Espanha, Índia, Suíça, Albânia, Itália, França, Austrália, Irlanda, Bermudas, China, UK, Israel, Japão, Jordânia, Coréia do Sul, Nova Zelândia, Noruega, Canadá, Polônia, México, Suécia, Taiwan, África do Sul, etc. (fonte: www.abainternational.org)

2) Alguns temas trabalhados por essas Associações e pela ABAI: Comportamento animal; Autismo; Robótica (evidenciando o papel da AC na ENGENHARIA e também no DESIGN); Sociedades Sustentáveis (evidenciando o papel da AC na ARQUITETURA E URBANISMO e também no DESIGN); Comportamento Militar; Coaching; Gerontologia; Medicina Comportamental; Crimes, Delinquência e AC Forense; Prática baseada em Evidência; Análise Experimental do Comportamento Humano; Gambling; Saúde, Esporte e Fitness; História da AC; Neurociências; AC Organizacional; Orientação a pais e famílias; Transtornos Alimentares pediátricos; etc. (fonte: www.abainternational.org)

3) O Brasil tem que perder esse MITO de que a Análise do Comportamento é EXCLUSIVA a psicólogos. Existem arquitetos, engenheiros, designers (como o Alessandro Vieira dos Reis, do blog Olhar Comportamental), biólogos (como o William Baum) e muitos outros "não-psicólogos" que são behavioristas radicais.

4) O Brasil é o primeiro país a fazer as famosas Jornadas de Análise do Comportamento (JACs), evidenciando a força e o interesse no avanço e disseminação dessa ciência no nosso país.

5) O anúncio feito da criação da Associação Brasileira de Análise do Comportamento (ACBr) e a própria Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental.

É ÓBVIO que existem muito mais razões pelas quais a AC e o Behaviorismo Radical estão cada vez mais fortes, entretanto, só sendo apontadas essas 5 razões para quem compra qualquer informação que é dita por alguém que tem títulos, já é um começo.


ps.: essas respostas foram "pesquisadas" com a internet 3G da tim, pois estava sem wireless. Então, realmente existem muito mais evidências de que nossa ciência não está em declínio como os psicólogos gostam de disseminar. As postagens anteriores, que são todas em função da criação da ACBr, mostram isso. Nós, no Brasil, somos a segunda maior comunidade de Analistas do Comportamento do PLANETA. Estamos atrás somente do berço: EUA.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Anúncio encaminhado à SBP e ABPMC sobre a ACBr


A professora Martha Hübner publicou em sua página no Facebook o anúncio que foi encaminhado à SBP e à ABPMC sobre a criação da ACBr. Vejam abaixo:


ANÚNCIO

Os primeiros trabalhos de Análise do Comportamento no Brasil foram feitos na Universidade de São Paulo em 1961 e na Universidade de Brasília em 1964, publicados nos Estados Unidos e apresentados em reuniões da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da American Psychological Association. Encontros anuais de analistas do comportamento começam em 1971, na primeira reunião anual de psicologia da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (hoje Sociedade Brasileira de Psicologia). Apesar de maioria na direção e no número de trabalhos apresentados, analistas do comportamento preferiram fortalecer uma sociedade de psicologia, continuando a participar até hoje. Das reuniões de Ribeirão Preto originaram-se várias das associações atualmente ativas, como a ABRAPSO, por exemplo. Profissionais analistas do comportamento que frequentavam a SPRP fundaram a AMC (Associação de Modificação do Comportamento), depois Associação Brasileira de Análise do Comportamento, e eventualmente, há 22 anos, a ABPMC, Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental, já então não exclusiva de analistas do comportamento. A ABPMC cresceu e se desenvolveu sem prejuízo para a SBP. Recentemente um grupo de analistas do comportamento, dentre os quais estão os que assinam este comunicado, divulgou na internet um chamado para adesões a uma nova associação, exclusivamente voltada para a análise do comportamento. Adesões rapidamente passaram de 200 e uma comissão provisória, que assina este comunicado, foi formada para elaborar uma minuta de estatutos. Não há intenção de competir, nem com a SBP, nem com a ABPMC. Em termos de abrangência, a ACBr estará contida no âmbito da ABPMC, assim como a ABPMC está contida no âmbito da SBP, e a SBP está contida no âmbito da SBPC. É nossa intenção programar reuniões coordenadas com as reuniões da ABPMC. Lembramos a todos que a força da análise do Comportamento em nosso País dependeu substancialmente da multiplicação de Jornadas de Análise do Comportamento, Ligas de Análise do Comportamento e outras iniciativas que envolveram a organização de eventos de grande sucesso para a divulgação da nossa ciência. Essas iniciativas não dividiram a área nem isolaram grupos; ao contrário fortaleceram enormemente a ABPMC ao invés de enfraquece-la, contribuindo para a difusão da Análise do Comportamento no Brasil e a maior visibilidade das contribuições de nossa comunidade no cenário mundial. Dada a repercussão gerada pela divulgação da proposta, decidimos fazer este comunicado às Diretorias e aos Conselhos da ABPMC e da SBP. Chegamos para fortalecer, para somar e multiplicar.São João del Rey (MG), São Paulo, (SP), Setauket (NY), Belém (PA), Brasília (DF) e Jataí (GO), 6 de agosto de 2013.

Roosevelt Starling
Martha Hubner
João Claudio Todorov
Marcelo Benvenuti
Marcelo Borges Henriques
Márcio Borges Moreira
Romariz Barros